HISTÓRIA VIVA DONA CILA E SEU SABIÁ


Quem Foi Dona Cila?
Por ela mesma.
Cecilia Nery Garcia, filha de Benedito Nery Garcia e Leocádia Teles Garcia, nascida a 31/10/1906, na cidade de Amargosa/Bahia.
Casou-se com Benedito Augusto de Castro com quem teve oito filhos. Acumulou as funções de  esposa, dona de casa  e mãe exemplar, sem contudo interromper a sua dedicação ao que mais gosta de fazer até hoje. Desde criança, aos dez anos de idade, demonstrou seu interesse pelas artes.
Recrutava crianças, que sob sua liderança se apresentavam em "Ternos de Reis",Bailes PastorisCordões carnavalescosQuadrilhas Juninas;Tudo que se referia a cantar, dançar, representar.
Hoje aos 96 anos, continua a incentivar as pessoas para a alegria e o bem viver, ressaltando sempre o respeito,a decência, a moralidade, como demonstra nas suas poesias e pensamentos.
Ocupou cargos de destaque na área artisitica que escolheu.
Foi fundadora e presidente da "União Tradicionais Ternos e Ranchos de Reis e Bailes Pastoris da Bahia" fundado em 26/08/1971. Tem a carteira de "artista amador" da Fundação Baiana de Teatro de Amadores.
É presidente da Associação "A Criança e Seu Talento" no bairro de Mussurunga, fundada em 17/02/1987.
Viva lúcida, alegre, atuante.
Graças a Deus!

Infelizmente Dona Cila Faleceu em 2007 estando bastante idosa. 


Quem é Seu Sabiá?
Por ele mesmo.
Nasci no dia 02 de Novembro de 1931, na fazenda da Pedra no Município de Uauá/Bahia.
Meus pais? Ana Maria Silva e Sabino Marques da Silva.
Fui criança sapeca, ativa e disciplinada. Aprendia tudo com  muita facilidade. Fiquei orfão aos sete anos, recebi a proteção de vários amigos durante minha infância. 
De oito em oito dias vinha para feira de Uauá, conheci um circo, não queria voltar pra roça, fui me apaixonando pela vida da cidade. aos 10 anos saí da roça para uma casa de familia, (trabalho doméstico) carregava agua e lenha, passei mais tarde pra ajudante  de pedreiro, cavei valas cujo pagamento era troca de farinha, rapadura e charque ( carne de sertão), dormia em um carro de mão, embaixo de um umbuzeiro, quanto frio!
Adorava a música e aprendi a tocar violão. Com pequena economia comprei um violão. A noite abraçava o violão familiarizava-me com ele, percebia que nos movimentos de cordas e dedos saia melodia, comecei a tocar, participar de festas, conheci cidades vizinhas.aos 19 anos trabalhando na construção da Maternidade Nita Costa, em Salvador  carreguei tanta massa de cimento na "cuca" que caiu os cabelos (hoje sou careca). Meu lazer era o violão, no intervalo , no intervalo do almoço, em um papel de saco de cimento, pedaço de carvão, tentava compor músicas. Cantei, agradei, convite não faltava. Participava de festa de casamento, aniversário, batizado e serestas.
Fui contratado numa rádio, fiz dupla com Riachão, gravei um disco em 1978. Fui a São Paulo em busca de melhores dias. Foi em vão_ Voltei para minha terra, jovem pobre também ama. Estava apaixonado!
Papéis no cartório , casamento marcado _ sonho realizado. Com o nascimento da minha primeira filha aumentava a necessidade de um emprego seguro, com carteira assinada. Procurei em Salvador  as construções civis. Tornei-me mais tarde funcionário público, dando-me direito a conseguir uma casa própria  em Mussurunga. Ingressei no grupo de convivência  da 3º idade do CSU de Mussurunga, encontrei amigos; minha vida foi enriquecida. Nesse grupo em parceria com a SETRAS foi lançada uma campanha de notas fiscais, recebi 6.855 notas (sua nota é um show) facilitando a gravação do meu 3º CD e agora a oportunidade dessa cartilha com algumas músicas.