sábado, 24 de abril de 2010

ATENÇÃO MUSSURUNGA

Para quem quiser participar: Começam a partir do dia 26 oficinas no Ponto de Cultura de Mussurunga, instalado no CSU. Inscrições abertas para Terno de Reis, Percussão, Música e Artes Visuais, braços abertos esperando por vocêssejam bem vindos.

QUEM FOI DONA CILA?

Cecilia Nery Garcia, filha de Benedito Nery Garcia e Leocádia Teles Garcia, nascida a 31/10/1906, na cidade de Amargosa/Bahia.
Casou-se com Benedito Augusto de Castro com quem teve oito filhos. Acumulou as funções de  esposa, dona de casa  e mãe exemplar, sem contudo interromper a sua dedicação ao que mais gosta de fazer até hoje. Desde criança, aos dez anos de idade, demonstrou seu interesse pelas artes.
Recrutava crianças, que sob sua liderança se apresentavam em "Ternos de Reis",Bailes Pastoris, Cordões carnavalescos, Quadrilhas Juninas;Tudo que se referia a cantar, dançar, representar.
Hoje aos 96 anos, continua a incentivar as pessoas para a alegria e o bem viver, ressaltando sempre o respeito,a decência, a moralidade, como demonstra nas suas poesias e pensamentos.
Ocupou cargos de destaque na área artisitica que escolheu.
Foi fundadora e presidente da "União Tradicionais Ternos e Ranchos de Reis e Bailes Pastoris da Bahia" fundado em 26/08/1971. Tem a carteira de "artista amador" da Fundação Baiana de Teatro de Amadores.
É presidente da Associação "A Criança e Seu Talento" no bairro de Mussurunga, fundada em 17/02/1987.
Viva lúcida, alegre, atuante.
Graças a Deus!

* Ver Terno de Reis
* Infelizmente Dona Cila Faleceu em 2007 estando bastante idosa. 

QUEM É SEU SABIÁ?

Por ele mesmo.
Nasci no dia 02 de Novembro de 1931, na fazenda da Pedra no Município de Uauá/Bahia.
Meus pais? Ana Maria Silva e Sabino Marques da Silva.
Fui criança sapeca, ativa e disciplinada. Aprendia tudo com  muita facilidade. Fiquei orfão aos sete anos, recebi a proteção de vários amigos durante minha infância. 
De oito em oito dias vinha para feira de Uauá, conheci um circo, não queria voltar pra roça, fui me apaixonando pela vida da cidade. aos 10 anos saí da roça para uma casa de familia, (trabalho doméstico) carregava agua e lenha, passei mais tarde pra ajudante  de pedreiro, cavei valas cujo pagamento era troca de farinha, rapadura e charque ( carne de sertão), dormia em um carro de mão, embaixo de um umbuzeiro, quanto frio!
Adorava a música e aprendi a tocar violão. Com pequena economia comprei um violão. A noite abraçava o violão familiarizava-me com ele, percebia que nos movimentos de cordas e dedos saia melodia, comecei a tocar, participar de festas, conheci cidades vizinhas.aos 19 anos trabalhando na construção da Maternidade Nita Costa, em Salvador  carreguei tanta massa de cimento na "cuca" que caiu os cabelos (hoje sou careca). Meu lazer era o violão, no intervalo , no intervalo do almoço, em um papel de saco de cimento, pedaço de carvão, tentava compor músicas. Cantei, agradei, convite não faltava. Participava de festa de casamento, aniversário, batizado e serestas.
Fui contratado numa rádio, fiz dupla com Riachão, gravei um disco em 1978. Fui a São Paulo em busca de melhores dias. Foi em vão_ Voltei para minha terra, jovem pobre também ama. Estava apaixonado!
Papéis no cartório , casamento marcado _ sonho realizado. Com o nascimento da minha primeira filha aumentava a necessidade de um emprego seguro, com carteira assinada. Procurei em Salvador  as construções civis. Tornei-me mais tarde funcionário público, dando-me direito a conseguir uma casa própria  em Mussurunga. Ingressei no grupo de convivência  da 3º idade do CSU de Mussurunga, encontrei amigos; minha vida foi enriquecida. Nesse grupo em parceria com a SETRAS foi lançada uma campanha de notas fiscais, recebi 6.855 notas (sua nota é um show) facilitando a gravação do meu 3º CD e agora a oportunidade dessa cartilha com algumas músicas.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

QUEM SÃO OS MESTRES POPULARES DA CULTURA EM SALVADOR?


São homens e mulheres responsáveis pela formação cultural de milhares de jovens que realimentam diariamente o mundo da capoeira, do samba, do artesanato, do candomblé e de muitas outras manifestações, artes, e ofícios. Mas fora do seu círculo de discípulos e amigos, esses Mestres populares são, em geral, pouco conhecidos, apenas alguns de nós sabemos das suas histórias de vida e do legado que deixaram e deixam para as novas gerações. Nesta cidade onde a cultura produzida pelo “de baixo” – sobretudo na música e na dança – tem uma força extraordinária é impossível deixar de reconhecer formalmente a importância de pessoas tão especiais.Aqui em Mussurunga são homenageados dois Mestres e muitas historias. A centenária Mestra Dona Cila e a historia dos Ternos de Reis e sua incansável luta para todo ano ver seu terno desfilar.O criativo Seu Sabiá, divertidas historias de parecerias musicais, poesia e ações comunitárias. 

PONTO DE CULTURA EM MUSSURUNGA



A implantação de um Ponto de Cultura traz a comunidade de Mussurunga a continuidade de um dos projetos realizados no bairro pelo Grupo Cultural AKI DÁRA, o “História Viva”, que revitalizou e divulgou os trabalhos de dois mestres populares da cultura e gerou grande mobilização em torno das obras dos homenageados, Dona Cila e Seu Sabiá.
Dona Cila morou em várias cidades do estado, onde implantou grupos de Baile Pastoris e encenou peças teatrais. Em Salvador, participou dos Festejos da Lapinha, com o Terno dos Astros. Seu Sabiá sempre teve a música como parte de sua vida. Nos anos ’50 tornou-se parceiro de Riachão na Rádio Sociedade. Em Mussurunga participa de vários grupos de idosos, inclusive no Centro Social Urbano do bairro, onde desenvolve atividades musicais.
As atividades que se pretende retomar são compostas por eventos públicos, apresentações, palestras ou bate-papos, depoimentos de mestres e artistas, desfiles e oficinas, como as de Terno de Reis, de Música, de Artes Cênicas e de Artes Visuais.
 O projeto é realizado no Centro Social Urbano de Mussurunga (CSU), que dispõe de um campo de futebol, quadra de esportes, um salão para eventos, salas para atividades diversas e um centro de identidade digital, onde a comunidade tem acesso ao uso de computadores e internet. Além de ser sede das atividades doGrupo Cultural AKI DÁRA
 O Grupo Cultural AKI DÁRA atua em Mussurunga desde de 2005 e surgiu para estruturar as atividades realizadas pela banda Kizombalari, surgida em julho de 2002 com o objetivo de movimentar a vida cultural do bairro, até aquele momento praticamente inexistente. O grupo buscava proporcionar a integração das crianças e jovens, a formação musical, bem como promover o crescimento cidadão de seus integrantes.
Como agitadora cultural da comunidade, a Banda organizou vários eventos junto a outras associações de bairro e escolas, e em 2005 teve o projeto “História Viva” aprovado pela Fundação Gregório de Mattos. O projeto, que foi realizado em 2007, em apenas dois meses realizou oficinas, mesa redonda, festival, desfiles e causou grande impacto na comunidade, nos participantes e nos mestres.
Através da realização do projeto percebeu-se o potencial de mobilização comunitária, do despertar nos participantes para as manifestações populares do bairro e da possibilidade deles fazerem parte deste movimento, de fazerem parte da história.
Desde o término do Projeto “História Viva” têm-se buscado formas de dar continuidade ao que foi realizado. Quando chegou ao grupo a informação de que as inscrições para se tornar Ponto de Cultura estavam abertas, se viu a possibilidade real de implantar o projeto, que agora se chama “História Viva e Memória”, na comunidade.
A montagem de um Ponto de Cultura vem no sentido de aplacar os anseios que tomaram conta da comunidade com o projeto, ficou nos participantes o prazer de estar construindo algo e de que era importante dar continuação ao que foi realizado.
O Ponto de Cultura fortalecerá as ações que trouxeram a tona as obras de mestres populares da cultura, que vivem e se dedicam ao bairro de Mussurunga, que quando foram levadas a um público maior causaram grande mobilização e foi capaz de gerar na comunidade a promoção da auto-estima, o sentimento de pertencimento e despertar para a necessidade de manter viva a história e as tradições.
A realização deste projeto será uma forma de envolver comunidade e de proporcionar a ela a possibilidade de fazer parte da história, de ser protagonista das manifestações populares e de serem os responsáveis pela manutenção do que lhes pertence.
O Governo estará dando suporte a ações que atuam no fortalecimento da cultura local, criam vínculos e estimulam a participação dos jovens, dos moradores e dos mestres na construção e manutenção diária da cultura local.
Bem como, será uma forma de dar prosseguimento aos pensamentos de Dona Cila, que faleceu recentemente aos 102 anos, e acreditava no quanto as atividades culturais sensibilizam jovens e adultos e o quanto é importante não deixar morrer a nossa cultura. 

quarta-feira, 21 de abril de 2010

AKIDARA


Significa coragem agradável de um povo e pretende defender e celebrar a cultura afro-brasileira com festa e alegria. As ações do Grupo Cultural Aki Dara tiveram inicio em 2002, no bairro de Mussurunga (Salvador – BA), com o objetivo de movimentar a vida cultural da comunidade, em 2005 o grupo adquiriu o registro e nome legal, como reflexo de sua profissionalização e necessidade de melhorar a estrutura administrativa.
Assim, o Grupo Cultural Aki Dara se tornou uma ONG de cunho educacional, artístico e cultural. Desde sua fundação o Grupo desenvolve atividades que visam pesquisar e valorizar a diversidade cultural inerente à cultura brasileira, estudando os ritmos da música regional do Brasil e da África, para mesclá-los com ritmos dos quatros cantos do mundo.
Como resultado destas ações, foi criado um grupo de percussão – Akidara – que já tem se apresentado tanto na a comunidade como em outros eventos da cidade, como o que aconteceu na Feira Internacional de Artesanato e Cultura (no Centro de Convenções do Estado da Bahia), no SESC-Piatã e no I Encontro de Rede de Pontos de Cultura da Bahia.
Atualmente, o grupo desenvolve atividades artísticas, com oficinas de percussão, teatro, artes visuais, canto coral e ternos de reis (que abrange dança e canto).
Dentre as principais atividades realizadas pelo Grupo estão:
Parceria com Escola de Música da UFBA, em 2003, no Projeto Agente Multiplicadores e nos Encontros Percussivos em 2003, 2004, 2005 e 2006, bem como o “Festival Repercussão” com bandas como Muzenza, Mulherada, Malê Debalê, Olodum, Ilê Aiyê, Ilê Axé Oyá, Ilê Axé Opô Afonjá, Terreiro da Casa Branca, Amigos do Katendê, Bagunçaço e Terreiro do Cobre, sob a coordenação do músico Jorge Sacramento, professor da Escola de Música da UFBA.
Em 2005 o Grupo Cultura AKI DARA teve o projeto “História Viva” aprovado pela Fundação Gregório de Mattos, no edital do Programa Mestres Populares da Cultura.
Em 2008 o Grupo Cultura AKI DARA teve o projeto “História Viva e Memória” aprovado no edital estadual para constituição de Pontos de Cultura, uma parceria entre O Ministério da Cultura e o Governo do Estado da Bahia.