sexta-feira, 23 de abril de 2010

PONTO DE CULTURA EM MUSSURUNGA



A implantação de um Ponto de Cultura traz a comunidade de Mussurunga a continuidade de um dos projetos realizados no bairro pelo Grupo Cultural AKI DÁRA, o “História Viva”, que revitalizou e divulgou os trabalhos de dois mestres populares da cultura e gerou grande mobilização em torno das obras dos homenageados, Dona Cila e Seu Sabiá.
Dona Cila morou em várias cidades do estado, onde implantou grupos de Baile Pastoris e encenou peças teatrais. Em Salvador, participou dos Festejos da Lapinha, com o Terno dos Astros. Seu Sabiá sempre teve a música como parte de sua vida. Nos anos ’50 tornou-se parceiro de Riachão na Rádio Sociedade. Em Mussurunga participa de vários grupos de idosos, inclusive no Centro Social Urbano do bairro, onde desenvolve atividades musicais.
As atividades que se pretende retomar são compostas por eventos públicos, apresentações, palestras ou bate-papos, depoimentos de mestres e artistas, desfiles e oficinas, como as de Terno de Reis, de Música, de Artes Cênicas e de Artes Visuais.
 O projeto é realizado no Centro Social Urbano de Mussurunga (CSU), que dispõe de um campo de futebol, quadra de esportes, um salão para eventos, salas para atividades diversas e um centro de identidade digital, onde a comunidade tem acesso ao uso de computadores e internet. Além de ser sede das atividades doGrupo Cultural AKI DÁRA
 O Grupo Cultural AKI DÁRA atua em Mussurunga desde de 2005 e surgiu para estruturar as atividades realizadas pela banda Kizombalari, surgida em julho de 2002 com o objetivo de movimentar a vida cultural do bairro, até aquele momento praticamente inexistente. O grupo buscava proporcionar a integração das crianças e jovens, a formação musical, bem como promover o crescimento cidadão de seus integrantes.
Como agitadora cultural da comunidade, a Banda organizou vários eventos junto a outras associações de bairro e escolas, e em 2005 teve o projeto “História Viva” aprovado pela Fundação Gregório de Mattos. O projeto, que foi realizado em 2007, em apenas dois meses realizou oficinas, mesa redonda, festival, desfiles e causou grande impacto na comunidade, nos participantes e nos mestres.
Através da realização do projeto percebeu-se o potencial de mobilização comunitária, do despertar nos participantes para as manifestações populares do bairro e da possibilidade deles fazerem parte deste movimento, de fazerem parte da história.
Desde o término do Projeto “História Viva” têm-se buscado formas de dar continuidade ao que foi realizado. Quando chegou ao grupo a informação de que as inscrições para se tornar Ponto de Cultura estavam abertas, se viu a possibilidade real de implantar o projeto, que agora se chama “História Viva e Memória”, na comunidade.
A montagem de um Ponto de Cultura vem no sentido de aplacar os anseios que tomaram conta da comunidade com o projeto, ficou nos participantes o prazer de estar construindo algo e de que era importante dar continuação ao que foi realizado.
O Ponto de Cultura fortalecerá as ações que trouxeram a tona as obras de mestres populares da cultura, que vivem e se dedicam ao bairro de Mussurunga, que quando foram levadas a um público maior causaram grande mobilização e foi capaz de gerar na comunidade a promoção da auto-estima, o sentimento de pertencimento e despertar para a necessidade de manter viva a história e as tradições.
A realização deste projeto será uma forma de envolver comunidade e de proporcionar a ela a possibilidade de fazer parte da história, de ser protagonista das manifestações populares e de serem os responsáveis pela manutenção do que lhes pertence.
O Governo estará dando suporte a ações que atuam no fortalecimento da cultura local, criam vínculos e estimulam a participação dos jovens, dos moradores e dos mestres na construção e manutenção diária da cultura local.
Bem como, será uma forma de dar prosseguimento aos pensamentos de Dona Cila, que faleceu recentemente aos 102 anos, e acreditava no quanto as atividades culturais sensibilizam jovens e adultos e o quanto é importante não deixar morrer a nossa cultura. 

Nenhum comentário: